quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Sobre o destino




Somos os únicos responsáveis pelo nosso destino. Aceitar esse fato é o primeiro passo em direção ao crescimento.

Antes de tudo, é preciso entender que não somos vítimas de nada e de ninguém, a não ser da nossa própria percepção. Sofremos de ilusão perceptiva, ou seja, acreditamos apenas no que os limitados cinco sentidos nos dizem. E eles nos dizem que somos indivíduos separados uns do outros e que por isso devemos competir para garantir um lugar ao sol. Eles nos dizem que a matéria é tudo o que há e que por esta razão devemos acumular ao máximo para garantir uma vida abundante para os nossos. Eles nos dizem que desapareceremos para sempre depois da morte, por isso não precisamos nos preocupar com o que fazemos ao meio ambiente hoje, já que não estaremos aqui para sentir o impacto de nossas ações no futuro.

O ser humano sofre em seu próprio quadrado enquanto se aliena do esquema maior no qual está inserido. Seus problemas particulares o distraem e o impedem de ver além da própria dor.

Nas profundezas de nossas mentes guardamos medos de não sermos bons o suficiente, de não sermos merecedores do bem, de não sermos capazes de criar uma realidade melhor a cada dia. Isso não passa de mais uma ilusão. Na verdade, somos seres cocriadores altamente capacitados a transformar qualquer cenário sombrio em um paraíso, bastando para isso a ampliação do nível de consciência individual e muita ação inspirada nas leis universais.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Onde está seu pensamento?



Onde está seu pensamento?

A ansiedade é um mecanismo de defesa da mente que se manifesta como um sentimento incômodo em relação ao futuro. Ela aponta para uma situação que tem o potencial de causar medo como, por exemplo, realizar uma prova, passar por uma entrevista de emprego ou falar em público. Neste aspecto é algo positivo, pois permite que a pessoa se prepare com antecedência para tais ocasiões. 

Por outro lado, a ansiedade pode caracterizar uma doença quando se torna intensa e duradoura, atrapalhando as atividades normais do cotidiano. Nestes casos é acompanhada de sintomas psíquicos (preocupação com as mínimas coisas, medo exagerado e inquietação excessiva) e físicos (dor de cabeça, falta de ar, dores no peito, palpitações, insônia e suor excessivo). 

O ritmo de vida moderno com as inúmeras atividades diárias, a luta contra o relógio e o excesso de informação trazida pelos meios eletrônicos estão entre os fatores agravantes desta verdadeira epidemia que atinge adultos e crianças, indiscriminadamente.

Contudo, devemos atentar para aspectos mais profundos da questão. A causa real da ansiedade é o hábito mental de não permanecer no agora.

Onde está seu pensamento agora, enquanto lê este texto? Está nas palavras ou já numa crítica ao que lê? Já começou a pensar no que vai fazer daqui a pouco? No final de semana? Nas próximas férias? Preste atenção como uma simples leitura pode levar sua atenção para outros lugares. Quantas pessoas nem chegarão a ler até o final de tanta ansiedade por novos conteúdos nas redes sociais?

Quando a mente vive no passado, que é uma memória, ou no futuro, que não passa de uma projeção do agora, perde-se energia vital e o poder pessoal.

Lembre: nada acontece fora do agora. Só no momento presente é possível mudar algo. Podemos alterar o passado, dando (agora) um novo significado a ele. Podemos criar um belo futuro se nossa consciência estiver o tempo todo atenta ao que é (agora). O próprio futuro, no qual erroneamente colocamos todas as nossas fichas, chegará vestido de agora. E como vamos reconhecê-lo e desfrutá-lo se nunca estamos no presente? 

A melhor maneira de acessar o presente é a meditação, uma técnica para acalmar os pensamentos. No início é preciso disciplina, pois a mente se recusa a perder o controle. Dez minutos sentados, sem fazer nada, pode ser uma tortura para algumas pessoas. E são essas as que mais precisam parar.

É importante entender que a meditação não é mais uma coisa para se fazer durante o dia. Pelo contrário, é um período reservado para apenas existir, sem fazer ou buscar nada. Se não paramos, a vida nos para através de uma doença limitante. A vida, em sua infinita inteligência, usa de todos os recursos para que voltemos aos trilhos do ser.

Depois de algum tempo, a meditação passa a ser um modo de ser e estar no mundo. Tornamos-nos atentos, criativos e até mais produtivos, já que o estado meditativo é a ponte que nos une à nossa parte mais sábia e à Fonte de toda saúde, abundância e criatividade. Deixamos de ser zumbis fazendo coisas, para nos tornamos realmente vivos.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Piloto automático



Piloto automático

O ser humano cria hábitos ao longo da vida que facilitam seu cotidiano. Durante o banho lava as partes do corpo sempre na mesma ordem. Enquanto isso pode pensar no que vai comer no jantar. Ao conduzir um automóvel não precisa pensar no que suas mãos e pés executam. Pode falar, ouvir música e cantar ao mesmo tempo em que se dirige ao seu destino.

Esses automatismos naturais podem ser úteis para aliviar o cérebro, facilitar algumas tarefas e ganhar tempo, mas podem se tornar um problema quando queremos abandonar comportamentos indesejados e destrutivos como comer doces em excesso, fumar, usar drogas ou até mesmo reclamar da vida. Tente não julgar nada ou ninguém durante 24 horas e sentirá a força de um dos mais arraigados hábitos que a humanidade adquiriu.

Noutras vezes queremos adquirir um hábito saudável como praticar exercícios, meditar ou ser mais compassivos, mas desistimos nas primeiras tentativas fracassadas. Será que somos vítimas de nossos comportamentos condicionados? Estamos condenados a sempre gastar mais do que ganhamos, a nos envolver em relacionamentos dolorosos, a criticar o comportamento alheio?

Quando entendemos como os hábitos são criados e eliminados, tudo fica mais fácil.

A neurociência comprova o que já sabemos de longa data: hábitos são fáceis de se criar e difíceis (mas não impossíveis) de se romper. Sempre que repetimos um comportamento, ele se fixa em circuitos especiais no cérebro, particularmente no corpo estriado. Quanto mais o repetimos, mais automático fica. No entanto, outra parte do cérebro, o neocórtex, monitora o hábito. O neocórtex é a parte mais recente e desenvolvida do cérebro, responsável pelo planejamento, pelos pensamentos abstratos e pela razão. A sede do “penso, logo existo” de Descartes. Ele nos auxilia a crescer como seres humanos, mudar aquilo que desejamos e viver a vida da maneira que decidimos.

Mesmo que os hábitos pareçam automáticos, estão sob controle continuo do neocórtex. Podemos criticar as pessoas aparentemente sem pensar, mas isso é uma ilusão, pois há um sistema de vigilância da parte pensante do cérebro constantemente operando. Em algum nível, nós decidimos o tempo todo. Estamos no controle de nossos hábitos e de nossas vidas.

Para termos maior domínio de nossas ações basta permanecermos atentos ao momento presente, que é o nosso ponto de poder. Se agora, neste instante, você parar, pensar e optar em aceitar em vez de criticar, em confiar em vez de temer, em amar em vez de odiar, seu cérebro vai responder a esses estímulos. Cada vez que fizer isso, o caminho é reforçado. Se optar em fazer boas escolhas nos sucessivos “agoras”, mais fortes serão suas conexões neurais para o amor, para a aceitação e para o perdão. Repetidas de forma consistente, as boas escolhas se tornam o caminho de menor resistência para a saúde física, mental e espiritual.

O cérebro, essa maravilhosa ferramenta que a alma utiliza para se expressar e ter experiências evolutivas, está a nosso favor. Pode ser modelado para criar uma nova vida. Basta sair do piloto automático.